O temperamento da professora pode influenciar diretamente sua relação com os alunos, colegas de trabalho e o ambiente escolar como um todo. Dentre os tipos de temperamento, a professora colérica se destaca pela sua intensidade emocional, energia e atitude assertiva. Neste artigo, vamos explorar o comportamento da professora colérica, suas qualidades, desafios enfrentados e como ela pode aprimorar sua atuação no ambiente escolar para promover um ensino mais eficaz.
Breve resumo sobre os 4 temperamentos
Os quatro temperamentos possuem características distintas que influenciam o comportamento, as atitudes e as reações das pessoas em diferentes contextos. O temperamento colérico é definido por sua energia, determinação e capacidade de liderança. Indivíduos coléricos tendem a ser focados em objetivos, buscando resultados rápidos e eficazes. São assertivos, muitas vezes impetuosos, e podem se irritar com facilidade quando as coisas não acontecem como esperam. A impaciência é uma característica marcante, mas sua natureza decidida e firme é uma vantagem em ambientes que exigem ação rápida.
O sanguíneo é caracterizado por uma personalidade expansiva, sociável e otimista. Pessoas com esse temperamento são comunicativas, gostam de estar rodeadas de pessoas e possuem uma energia contagiante. São flexíveis e criativas, mas, devido à sua natureza impulsiva e dispersa, podem ter dificuldade em concluir tarefas ou manter a concentração em atividades de longo prazo. Sua alegria e entusiasmo podem ser motivadores, mas a falta de disciplina pode ser um desafio.
O fleumático, por sua vez, é calmo, equilibrado e confiável. Indivíduos com esse temperamento são pacíficos e preferem evitar conflitos. Sua capacidade de manter a calma em situações difíceis os torna ótimos mediadores e parceiros estáveis. No entanto, sua tendência a ser excessivamente cauteloso e indeciso pode fazer com que demorem para tomar decisões. Eles preferem rotinas e podem resistir a mudanças repentinas, o que às vezes limita sua capacidade de se adaptar rapidamente a novos desafios.
Já o melancólico é introspectivo, analítico e detalhista. Pessoas com esse temperamento têm uma visão profunda da vida, são organizadas e buscam perfeição em tudo o que fazem. Tendem a ser mais sérias e reflexivas, com uma grande atenção aos detalhes. Sua capacidade de planejar e analisar as situações é valiosa, mas sua tendência ao pessimismo e à autocrítica pode dificultar a ação, pois eles podem se preocupar excessivamente com possíveis falhas. Embora sejam altamente responsáveis e confiáveis, os melancólicos podem ser mais propensos à tristeza e à preocupação, o que pode afetar seu equilíbrio emocional.
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A importância do autoconhecimento
O autoconhecimento do professor é uma das chaves para uma prática pedagógica eficaz e transformadora. Compreender suas próprias emoções, limitações, fortalezas e preferências permite ao educador aprimorar sua atuação em sala de aula, desenvolvendo uma relação mais empática e assertiva com os alunos. Quando um professor está consciente de seus próprios sentimentos e reações, ele pode gerenciar melhor situações de conflito, ser mais paciente com a diversidade de ritmos de aprendizagem e oferecer um ambiente mais acolhedor.
Além disso, o autoconhecimento permite ao educador reconhecer suas potencialidades e trabalhar de maneira mais eficaz com suas habilidades, buscando sempre o aprimoramento profissional. Por exemplo, ao entender qual é o seu estilo de ensino, ele pode adaptar suas estratégias para atender melhor às necessidades dos alunos, criando abordagens mais personalizadas e eficazes. Isso também facilita o desenvolvimento de sua resiliência emocional, um atributo fundamental no contexto escolar, onde imprevistos e desafios são constantes.
Outro ponto crucial é o impacto do autoconhecimento nas relações interpessoais dentro do ambiente escolar. Um professor que compreende suas próprias reações emocionais tem maior capacidade de lidar com a diversidade de temperamentos, comportamentos e personalidades tanto dos alunos quanto dos colegas. Isso favorece a construção de um clima de respeito e colaboração, essencial para o bom andamento das atividades educacionais. Além disso, ao estar ciente de suas dificuldades e limitações, o professor pode buscar apoio e estratégias de autodesenvolvimento, contribuindo para seu bem-estar e para o fortalecimento do ambiente escolar como um todo.
Portanto, o autoconhecimento não é apenas uma ferramenta de crescimento pessoal, mas também um dos pilares para uma educação mais eficaz, justa e humana. Quando o educador conhece a si mesmo, ele não só melhora sua prática pedagógica, mas também inspira seus alunos a buscar o mesmo processo de reflexão e autodescoberta. Esse movimento contínuo de aprendizagem e autoaperfeiçoamento reflete-se diretamente na qualidade do ensino e nas relações que se estabelecem dentro da sala de aula.
Agora, abordaremos diversos aspectos da professora colérica.
O que caracteriza uma professora colérica?

O temperamento colérico é um dos quatro tipos de temperamento identificados por Hipócrates, sendo caracterizado por uma personalidade dinâmica, focada e, muitas vezes, impetuosa. Uma professora colérica é aquela que demonstra grande energia, entusiasmo e assertividade em suas ações. Ela geralmente tem um forte desejo de alcançar resultados rápidos e eficazes, o que pode ser vantajoso em ambientes que exigem resolução imediata de problemas.
Por exemplo, se uma professora colérica percebe que um aluno está atrasando o andamento da aula com comportamentos disruptivos, ela pode rapidamente intervir, pedindo-lhe para se concentrar ou mudando a dinâmica da atividade, de forma a retomar o controle da sala de aula.
No entanto, esse tipo de temperamento também pode trazer desafios, principalmente quando a professora colérica se sente frustrada diante de situações que não acontecem como planejado. A professora colérica tende a ser mais impaciente, o que pode levar a conflitos com alunos ou colegas de trabalho, caso sua energia não seja bem administrada.
As qualidades da professora colérica no ambiente escolar
Apesar de seus desafios, a professora colérica possui qualidades valiosas que podem beneficiar tanto os alunos quanto a escola como um todo. Algumas dessas qualidades incluem:
1. Liderança e Motivação
A professora colérica é natural em sua postura de liderança. Ela tem uma visão clara do que deseja alcançar e busca motivar seus alunos a atingirem suas metas. Sua energia e determinação podem ser inspiradoras para os alunos, especialmente aqueles que precisam de um pouco mais de direcionamento e disciplina.
Exemplo: Em uma sala de aula com alunos que têm dificuldades em concluir tarefas, a professora colérica pode, de forma enfática, explicar a importância da tarefa e como ela está vinculada ao sucesso de cada aluno, motivando-os a se esforçar mais. Ela pode também criar metas claras e recompensar os alunos que se destacam, incentivando o trabalho em equipe.
2. Assertividade e Decisão
Por ser assertiva, a professora colérica tem facilidade em tomar decisões rápidas e firmes. Isso pode ser uma vantagem em situações de emergência ou quando é necessário resolver problemas rapidamente na sala de aula. Sua capacidade de se impor também garante que os combinados da sala de aula sejam seguidas com mais facilidade.
Exemplo: durante uma situação em que um aluno começa a se desviar do comportamento esperado, a professora colérica pode rapidamente chamá-lo à atenção, estabelecendo os limites de forma firme, mas sem perder o controle emocional. Esse tipo de abordagem pode ser eficaz para evitar que o comportamento inadequado se espalhe.
3. Persistência e Foco nos Resultados
O temperamento colérico é marcado pela persistência. Uma professora colérica é determinada a alcançar os objetivos educacionais estabelecidos e não desiste facilmente, o que a torna uma profissional comprometida com o sucesso dos seus alunos.
Exemplo: se um aluno está com dificuldades em aprender a ler, a professora colérica ira em busca da melhor abordagem pedagógica. Sua persistência em buscar o melhor método é uma qualidade que beneficia os alunos que precisam de um apoio adicional.
Desafios que a professora colérica enfrenta na sala de aula

Embora o temperamento colérico tenha muitas qualidades, ele também apresenta desafios que podem impactar negativamente o ambiente escolar se não forem gerenciados corretamente. A professora colérica pode enfrentar dificuldades, como:
1. Impaciência com o Ritmo dos Alunos
A professora colérica tende a esperar resultados rápidos e pode se frustrar facilmente quando os alunos não acompanham o ritmo desejado. Isso pode levar a situações de estresse, especialmente em turmas mais diversas ou com alunos que têm dificuldades de aprendizagem.
Exemplo: durante uma atividade de matemática, a professora colérica pode sentir-se frustrada ao perceber que alguns alunos não estão acompanhando a explicação, o que pode levá-la a acelerar ainda mais o ritmo da aula, fazendo com que os alunos se sintam pressionados e mais desconcentrados.
2. Conflitos com a Autoridade
Sua postura assertiva, que muitas vezes é vista como liderança, pode ser percebida por outros como autoritarismo. A professora colérica pode se envolver em conflitos com colegas de trabalho ou com a direção da escola caso não haja uma comunicação clara e respeitosa sobre suas intenções ou decisões.
Exemplo: se a professora colérica toma uma decisão rápida sobre a organização de uma atividade e não consulta seus colegas ou a coordenação, ela pode enfrentar críticas ou mal-entendidos sobre sua abordagem. Isso pode gerar um desconforto na equipe pedagógica.
3. Dificuldade de Adaptar-se a Mudanças de Estratégia
Devido ao seu foco em resultados rápidos, a professora colérica pode resistir a mudanças de abordagem ou novas metodologias de ensino que exigem paciência e tempo. Esse comportamento pode ser um obstáculo para a inovação pedagógica na sala de aula.
Exemplo: se a escola decide implementar uma nova metodologia de ensino baseada em práticas mais colaborativas e o trabalho em grupo, a professora colérica pode resistir inicialmente a essa mudança, preferindo continuar com a abordagem tradicional.
Como a professora colérica pode melhorar sua prática pedagógica
Apesar dos desafios, a professora colérica tem a capacidade de aprimorar sua atuação na sala de aula, melhorando sua relação com os alunos e criando um ambiente mais equilibrado e saudável para todos. Aqui estão algumas estratégias para ajudar a professora colérica a se tornar mais eficaz:
1. Desenvolver a Empatia e Paciência
A professora colérica pode trabalhar para desenvolver sua empatia e paciência, entendendo que cada aluno tem um ritmo de aprendizagem. Ao ser mais flexível e paciente, ela consegue criar uma relação mais positiva com os alunos, promovendo um ambiente de aprendizagem mais harmonioso.
Exemplo: ao perceber que um aluno está com dificuldades em acompanhar o conteúdo, a professora colérica pode parar e oferecer suporte individualizado, utilizando uma linguagem mais suave e dando tempo suficiente para o aluno processar a informação antes de avançar.
2. Buscar Equilíbrio na Liderança
Embora a liderança seja uma qualidade da professora colérica, é importante que ela busque um equilíbrio entre ser firme e ser acolhedora. A prática de ouvir mais os alunos e se envolver em diálogos construtivos pode minimizar possíveis conflitos e tornar sua liderança mais eficaz.
Exemplo: ao invés de impor diretamente suas regras, a professora colérica pode perguntar aos alunos como eles acham que as atividades podem ser mais produtivas, engajando-os no processo de tomada de decisão.
3. Aperfeiçoar a Comunicação com a Equipe Pedagógica
Para evitar mal-entendidos e conflitos no ambiente escolar, a professora colérica pode investir em uma comunicação mais aberta e colaborativa com a equipe pedagógica. Isso ajuda a alinhar expectativas e permite que ela compartilhe suas ideias de maneira mais tranquila, sem a sensação de estar sendo desafiada ou incompreendida.
Exemplo: participar de reuniões regulares com outros professores e a coordenação escolar, discutindo métodos e estratégias de ensino, pode ajudar a professora colérica a integrar novas abordagens e colaborar de maneira mais eficaz com a equipe.
Conclusão
Em suma, a professora colérica tem um grande potencial para fazer a diferença no ambiente escolar, utilizando sua energia e determinação de maneira produtiva. Ao focar em melhorar a paciência, a empatia e a comunicação, ela pode transformar seus desafios em oportunidades de crescimento. Com autoconhecimento e uma abordagem equilibrada, a professora colérica pode se tornar uma profissional mais eficaz e inspiradora, alcançando um impacto positivo tanto nos alunos quanto na comunidade escolar.
A professora colérica, portanto, não é apenas uma figura de autoridade, mas uma profissional capaz de cultivar resultados extraordinários com a devida atenção às suas próprias emoções e ao ambiente em que atua.
Querido leitor, tenho certeza de que você conhece uma professora colérica, não é mesmo? E se você for a professora colérica, gostaria muito de saber seus desafios em sala de aula. Se desejar, escreva nos comentários; ficarei muito feliz em compartilhar nossas experiências! Grande abraço!
Referências
GALENO, Claudio. Os Temperamentos. 1ª Edição. Editora Auster, 2020.
HOCK, Conrad. Os Temperamentos. 1ª Edição. Sertanópolis: Calvariae Editorial, 2019.